29 de maio de 2008

Do verbo deixar...

Deixa

Já conhceu alguém compulsivamente consumidor?

Estou a procurar essa figura, para perceber se realmente sou seu semelhante.

Há algumas semanas tenho andado irritadíssimo, nervosíssimo e parecidíssimo com minha tia. Ando pela rua e sempre analiso vitrines até, num impulso quase alucinógeno, adentro uma dessas lojas que admiro e compro. Compro casacos, tênis, calças, bermudas e livros.

Na semana passada cheguei ao ápice de usar pela primeira vez meu cartão de crédito. Antes eu só usava-o como débito, agora estou à beira de pedir folhas de cheque.

Essa rotina já é velha conhecida em minha casa, quando anos atrás, minha mãe, ao receber seu acerto no ex-serviço gastou todas as cifras em menos de um mês. Ela ficou à beira da loucura quando olhou para a carteira e só restavam R$ 100,00.

Em outra ocasião, minha tia ficou por quase 1 ano gastando todo o seu dinheiro, e até o que não tinha com roupas, livros, presentes e... pasmem: restaurante!

Meu Deus! Na minha casa, nunca comi pasta de dente porque minha avó brigava comigo.

Nunca ousei comer mais de um pão nos lanches... Eu me traí!

Agora... Estou na compulsão. Essa semana gastei muita grana com livros, e... pasmem: no sebo!

Cheguei ao meu limite, e citarei aqui as minhas últimas loucuras em ordem decorrente:

1º) Passei na banquinha do sebo e vi 3 livros incríveis. Um era da Cora Coralina e eu não tinha nada dela. Comprei! Os outros 2 eram sobre Comunicação Social e eu me justifico, visto que tenho uma prova dificílima semana que vem e eles podem me ajudar.

2º) Já com pouco dinheiro, passei horas depois na mesma banquinha e achei um livro da Tânia Zagury, aquela pedagoga especialista em educação infantil. Comprei porque eu quero dá-lo à minha esposa e porque ainda não li nada dessa fera na arte de educar os filhos. Agora minha biblioteca tem o título “Limites sem traumas”!

3º) Quando eu já tinha apenas R$5,00, me deparei com uma editora vendendo livros por esse preço. E livros muito legais. Mas pela ajuda de amigos eu... Não comprei!

4º) Para terminar...encantado com uma outra banca de livros, não me contive... O livro custava muito mais do que eu tinha: R$32,00 e eu... Nervosíssimo, inquietíssimo, perguntei:

- Aceita cartão?!

Deixo na dúvida: Comprei ou não?

Meu Deus... Me deixa!