10 de agosto de 2008

PAi eTERNIDADE

Anos atrás eu passava esse segundo domingo de Agosto muito sensível. Por vezes com lágrimas no rosto, marcando a saudade do que nunca vivi. Alguns podem achar estranho: a ausência que nunca foi presença também causa saudades...
Mas a alguns anos atrás chegou para minha vida, Maria Júlia, que veio me aproximar dessa ausência, que hoje, mais do que nunca, é presença constante.
Me lembro muito bem, de um dia conversando com uma amiga, e eu contando de minhas dificuldades para assumir rapidamente um caráter mais sério, mais objetivo, direto e prático como são os pais. Por muito tempo me peguei tentando forçar as características que nunca vi em minha casa.
A paternidade me surpreendeu, e sempre disse, que é como ganhar o presente antes da festa. E hoje me sinto muito confortável para dizer que a festa tem chegado a cada dia, e eu tenho aproveitado o presente e tentado cuidá-lo da forma mais correta possível.
As características paternas estão vindo com o tempo, mas as que ainda não vêm, não fazem falta, sei me adaptar muito bem.
Esse é o primeiro domingo que ganho um presente de minha filha, o primeiro em que ela me acorda e diz: "Felis dos paspais!". Esse é o primeiro de muitos... muitos momentos de imensa graça. Porque ser pai é experimentar a zona das certezas e desfrutar da eternidade...
E te falo que acho um barato me ver pai... um pai de bermuda e mochila.