4 de fevereiro de 2009

Quiromancia

Esse negócio de destino é foda.
Conheci, há um tempo, Vânia. Vaninha, lá no Bairro São Mateus, era uma mulher meio sofrida. Trabalhou na Mesbla, foi gerente do Mc'Donalds, já teve seu próprio empreendimento (uma lojinha tipo mercearia-vende-tudo), trabalhou oferecendo cartões de crédito na rua, costurou pra fora, cozinhou para fora, cantou num coral, foi até bancária. Mas nenhum desses chegou a durar 1 ano. Vânia sempre foi impaciente e um pouco errada. Há 7 anos casou-se com Rogério e daí em diante se transformou em "do lar". Uma ótima dona de casa, com 3 filhos, um marido e sempre muitas roupas e muitas vasilhas para lavar, chão para varrer e cachorros para catar bosta. Vânia se arrumou.
Conheci também o Alex. Alex, há 3 se separou de sua 8ª esposa. E olha que ele nem é velho, tem apenas 35 anos e 8 casamentos. Um não durou nem 6 meses. O mais duradouro foi o de 2 anos. Alex era tão frustrado com essa coisa de casar que com nenhuma esposa teve tempo de ter filhos. Mas ele tem 1 filho, que já vai fazer 20 anos e foi fruto de uma das suas primeiras transinhas. Alex saía pra tudo quanto é lugar para procurar mulher, ele queria casar e fazer bodas de ouro. Por um tempo ficou sem sexo, pois se comprometeu a transar apenas com a que valesse a pena. Mas nada dava certo. Até que, já cansado, descobriu um grande amor. E vai fazer 2 anos e meio que está com Jorge. Os dois pretendem casar oficialmente, e já até adotaram Alice. A família anda de vento em popa... numa felicidade só. Como Alex pediu a...(?)
Ah! Já ia me esquecendo de Vírginia, tão querida amiga que já tentou de tudo para perder peso. Virgínia já tomou lachante, já gastou R$500,00 em comprimidos de propaganda de televisão, já entrou para spa, malhou que nem uma louca, fez redução de estômago e foi até à um médico europeu. Vírginia tentava tudo que podia, era só você falar com ela que emagrecia. Mas os seus 130 kilos se foram quando ela descobriu um câncer. Devastador. Vírgina definhou, e está com o corpo que pediu a Deus. Pena que não vai viver pra curtir.
Tem o Sérgio também. Sérgio é de uma vaidade só. Era isuportavelmente constrangedor chamá-lo para sair. A todo momento ele me pedia para apagar o cigarro, além de me deixar sozinho no chopp e escolher um suco. Sérgio acordava às 6 para correr pelas ruas. Só comia grelhados. Uma vez por ano fazia uma viagem de não sei quantos quilômetros à pé. Era incrível como alguém podia viver sem pensar em mais nada, só em ter saúde para viver muito. Não arrumou mulher, não se esmerou para subir de cargo, não guardou dinheiro e não comeu tudo o que queria. Aposto. Ele queria viver muito, me dizia. Triste. Porque na semana passada, Rita, uma amiga nossa, me ligou contando que Sérgio havia morrido, atropelado na avenida.
É foda esse negócio de destino.
Ana e Thaís. A mesma coisa. Num vê?! Tentaram alguns vestibulares... Estudaram pouco, muito. Não sei. Só sei que agora era a hora. Antes não.
Destino?