12 de maio de 2009

previsões

Saindo do metrô na Central do Brasil, parei, olhei para os lados, dei uma passo e me travaram a mão. Vinha de trás. Travou-me a mão e mente. Um pente fino no que sempre esperei.
- Senhor, terás sorte.
A sorte de se enlaçar com aquela mulher segura e sadia, de longos saltos e belos trajes, uma mulher de elegância e inteligência, vivente do que é arte e da arte do que pode vir a ser. A sorte de entrar pela porta do sorriso realizador, sentar-se com a criativa liberdade e com as lágrimas que um dia poderão aparecer. A sorte de morar onde se quer. De sair para qualquer. De morrer em gozo e mer-Da sorte de saber e olhar por cima, quando resolver olhar para cima, avistar apenas pássaros e luas. Beber sem ter ressaca e comer sem ter remorso. A sorte do impossível.
- Senhor, é 1 real.
As rendas, os ouros em dentes, a pele escura, o cabelo comprido, aquela mulher. Aquela mulher me anunciava meus sonhos.