14 de setembro de 2009

Procura-se

- Pode apertar?
- Vai. Aperta!
"É difícil né?! Vender o peixe... Não gosto. Mas é aquilo que eu já te falei. Trabalhava com a minha avó. Eu moro com ela. Ela que me criou. Não que eu ache que já esteja criado, mas ela quem me ensinou as primeiras coisas. Entende?! Essa coisa de criação é complicada. Não sei se estou criado. Sou muito inseguro em diversos aspectos. Preciso aprender mais sobre as coisas. Tipo... Tipo trabalho. Não sei ter horários, não sei ser mandado. Fico olhando o jeitinho dela e vejo o quanto preciso saber trabalhar. E trabalho é coisa de criação, né?! Tenho uma amiga que trabalha desde pequeninha. A mãe dela é empregada e ela sempre quis a judar a mãe. É só ela e a mãe, então é muito importante trabalhar. Eu não. Nunca precisei, precisei. Lá em casa as coisas são tranqüilas. Eles querem que eu estude. Mas eu quero trabalhar também. Eu quero ter mais atividades. E quero ganhar o meu. Não sei se me entende. Mas eu quero. Quero muito. É difícil vender o peixe. Eu não sei ainda..."
- Tá bom!
- Pra mim já tem como avaliar, e pra você?
- É difícil ter que avaliar, né?! Avaliar o peixe do outro... Eu que só como frango.