28 de janeiro de 2008

Casos, NÃO POR ACASO, sensíveis

Rodrigo Santoro tem apenas 32 anos e um talento de 80. Com filmes no currículo como o bárbaro “Bicho de Sete Cabeças”, “A dona da História” e produções hollywoodianas como “300” e “Simplesmente Amor” o ator já se cristalizou como um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Esse filme, recém-lançado em dvd, chama-se “Não por Acaso” e não reserva os louros apenas para Santoro, mas para um veterano nas telonas e até mesmo nas telinhas. Me refiro à Leonardo Medeiros, que já apareceu em três minisséries globais e estrelou vários filmes, mas ainda não tem a fama da primeira estrela. O filme também conta com a participação de Letícia Sabatella, Cássia Kiss, Graziella Moretto e uma estreante talentosíssima de nome Rita Batata.
O filme conta duas histórias: a de Pedro, um marceneiro que confecciona mesas de sinuca, que começa a namorar e morar com Teresa uma estudante visionária; e conta a história de Ênio também, um controlador do tráfego paulistano que se relaciona com Mônica e desse relacionamento os dois têm Bia, mas só depois de muitos anos que pai e filha se reencontram.
A coincidência entre as duas histórias? O filme consegue transmitir a semelhança entre um jogo de sinuca e o tráfego da cidade de São Paulo. Mas não para por aí, as duas histórias convergem quando o carro em que Mônica está atropela Teresa e ambas morrem. Sobram dois homens carentes e apaixonados que vivem na linha da loucura e na descoberta da fragilidade humana.
Com uma trilha sonora perfeita, ouvimos as vozes de Nasi numa canção melancólica mas bárbara, Céu com sua voz rouca e uma percussão deliciosa e para fechar, "Só deixo meu coração na mão de quem pode" com Kátia B.

Whort-watching!Why?
O filme de Philippe Barcinski vai fundo na sensibilidade. Com uma fotografia alucinante com certeza foi uma grande obra de 2007. Os dois protagonistas, conhecidos por atuarem com forte sensibilidade e apelo emocional, desenvolvem características frágeis e firmes. Não por Acaso é daqueles filmes que não te deixam chorar, mas te deixam quieto. Certamente um filme para despertar no espectador a solidão humana, onde cada dia temos mais movimentos, menos espaço, mais presenças mas em contrapartida somos mais sozinhos, mais vazios, mais infelizes.