31 de janeiro de 2008

As lágrimas de Zuzu

Acabei de assistir o belíssimo filme de Sérgio Rezende. Zuzu Angel é um filme para poucos, porque somente poucos conseguiriam absorver (ou até mesmo sorver) o filme do jeito que ele merece ser feito. Não existem muitos com a sensibilidade dessa mulher. Poucos são sensíveis como ela. Poucos são corajosos como ela. Poucos são tão humanos e batalhadores como ela. Poucas são tão mulheres como ela foi... E impossível, uma mulher com tais características gerar um filho diferente. Stuart Angel é como a mãe... tem fibra!
O longa-metragem foi parcialmente filmado em Juiz de Fora, alguns nomes conhecidos aparecem nos créditos finais e algumas ruas são tão bem construídas que é impossível perceber que se trata da nossa terrinha tão provincíana.
Acabei de assistir a um filme que me emocionou profundamente, e credito isso à relação familiar que Zuzu tinha para com os que amava. Há uma nuvem repleta de amor, fidelidade e sinceridade.
Patrícia Pillar dá um show à parte em sua brilhante atuação, capaz de angustiar a nós, meros telespectadores. Mas não tão meros assim, porque o filme retrata a vida de uma senhora, desquitada em pleno anos 50, com três filhos para criar. Uma mulher que na década de 70, quando sua carreira profissional ganhava França e Estados Unidos, se viu traída pela própria nação que ela representava, como estilista, no exterior.
O diretor consegue, com excelência, retratar um período de nossa história em que muitos brasileiros estavam alienados da vida política nacional, outros lutavam por uma liberdade, outros... outros torturavam os opositores. Uma vergonha lembrar de tudo isso, mas talvez seja necessário para nos atentarmos mais à política. Um filme importante!

Whort-watching!Why?
Zuzu Angel dizia lutar por justiça, mas o filme não se basta na questão justiça. A mensagem vai além e se mostra universal à medida que a personagem admite a força da política, revela seu amor incondicional pelo filho e revela também a coragem necessária para lutar contra o imposto. Acredito muito que a justiça seja sempre necessária, mas antes de termos um país justo, é necessário termos um país fiel e consciente. Fiel para com todos, com os oprimidos e com os opressores. Consciência para não permitir que a opressão exista e esmague nossa identidade.
Patrícia Pillar se apresenta numa incrível força. Daniel de Oliveira transmite a garra de um lutador. Leandra Leal, Luana Piovanni, Angela Vieira, Othon Bastos, Regiane Alves e mais tantos outros que mais uma vez brilham com uma excelência nas telonas.
Um filme importante! Repito porque a história é fantástica e também porque Zuzu Angel viveu entre nós... Um história emocionante e real!