9 de julho de 2009

Rua Bambina

Andar por Botafogo não é tão fácil assim. Chegar ao Teatro Solar pode ser uma grande aventura. Estar sozinho, respirar o nada e sentir um tudo faz bem. Aquece. Esfria. De uma hora para outra pára.
Ainda não parou no farol, com aquelas crianças assassinas-ingênuas. Não parou nos trilhos do metrô. Não. A vida não parou com um tiro no ônibus. Não parou com um carro por cima, nem sequer com um tombo.
Parar parou. Parou mas não estancou aquele sangue que fede, brilha e reluz.
Não é ouro o que vemos nas esquinas quentes e úmidas dessas ruas. Fico me aprofundando nos vincos rochosos daquelas senhoras caladas. Me enlacei naquelas loucuras que desceram o morro e pararam no teatro. Estou completamente envolvido com essa mistura que ora me dói, ora me instiga.
Chegar ao Solar não é fácil. Mena Barreto, Paulo Barreto, São Clemente, e mais dez, nove, ou oito... Chegar ao Solar não é tão fácil quando se olha para frente e percebe-se que alguns não podem nem morrer bem.