1 de fevereiro de 2011

Galante

– O que acha? – perguntou estendendo-me a mão, logo no início de um tango ou bolero. Não conheço de música.
– Obrigado, mas não sei – respondi, já com o rosto corado e o olhar desviante.
Ela sentou-se novamente e esperou, até tocarem algo melhor. Mais fácil.
Nos primeiros acordes do forró, repetiu a cena.
– Não. Prefiro ficar aqui – disse, parecendo pesar 200 kilos e não conseguir me mover.
Ela aguardou em pé, sem soltar-me a mão. Aguardou remexendo meus dedos, acariciando-me a pele das mãos.
Entendera que a dança da qual mais gosto é a do flerte tímido e brejeiro. Da conquista medida em milésimos de segundos.