26 de março de 2009

Entre patuás e árvores

Não sei se por ritual próprio ou se tudo não passa de um ritual familiar, mas o fato é que tenho minhas mandingas para cada situação específica. Meus rituais são infinitamente espiritualizantes, relaxantes, tranquilizantes.
Acredito em orixás, acredito em mantras, em yoga e homeopatia. Acredito no que existe e no que não existe. Acredito por desejar força e acalanto. Me prendo às coisas para quem sabe assim conseguir me assegurar de que não estou sozinho no que faço. Porque a solidão me aflige e me corrói.
Me acostumei a estar sozinho e a ser independente, mas sempre me pego percebendo minha idade e concluindo que aos 20 deve-se estar acompanhado. "Antes só, do que mal acompanhado" não é uma certeza em minha vida.
Tenho medo de escuro, e não é só do escuro em que brotam monstros e bichos, mas do escuro que nos brota dor e angústia. Não quero amargar.
Meus rituais parecem indicar passagem, e é assim que me guio. Passo por tudo que me é ofertado. Prefiro ponte à molhar meus pés. Prefiro colo à afundar-me na lama. Prefiro toddy. Não sou de ficar parado e parecer estátua, o ócio me instiga o pensamento, e esse, às vezes dói.
Nasci da certeza, e me armo bastante para encarar as incertezas. Sim! Não sou forte o bastante. É tudo máscara, figurino, encenação. É tudo limbo.
Por isso, me sirvo de patuás. Me sirvo de sonhos.
E essa noite, sonhei com árvores. Árvores simbolizam sucesso. Essa noite não sonhei, me concentrei nos desejos.
Boa Noite!