From: Carmela Duarte
To: Pedro Campos
Subject: Mandando Notícias
Date: Thu, 3 Mar 2011 01:29:23
Voltava para casa, olhei no relógio e pensei aliviada "Já são 18:10, ele deve ter desistido de ligar lá para casa. Vou terminar de arrumar minhas coisas e cama!". Mas para minha surpresa ao colocar a mão no portão escuto uma voz me chamando do outro lado. Era ele. Me esperando, do outro lado da rua. Atravessou e foi logo me dando um beijo e se convidando para subir. Me vi sem saída, relutei, mas não teve jeito, acabei cedendo...
Como toda primeira vez, foi trôpega, artificial, esquisita mesmo. Mas o depois foi como se tudo fosse corriqueiro, como se cada um de nós fôssemos conhecedores profundos um do outro.
Hoje, nos encontramos novamente, mais uma vez a dúvida se tornou latente e quase disse não. Pensei em desistir, mas não havia como, ele simplesmente não liga o celular, ou desliga por perceber minha indecisão. O interfone tocou e mais uma vez me vi sem saída, respondi ao porteiro "aham pode subir..." ainda indecisa, receosa, atraída e disposta. Fomos ao que interessava sem demais delongas, sem a burocracia de desconhecidos que são ligados pelo desejo. Dessa vez a harmonia foi maior e o que era brasa virou fogueira.
A conversa foi se refinando e passaram a surgir agradáveis mentiras sinceras. Até pedida em casamento eu fui! Ri, mas gostei, mesmo sendo de mentirinha, de saber que alguém me teria ao lado para sempre. No fim das contas aceitei, ri. Obtive como resposta um silêncio. Eu para quebrar a estranha tensão o beijei. Ele achou engraçado meus pais ainda serem casados. Perguntou se meu pai gostaria dele, disse que não sabia. Mentira, a resposta é curta e grossa: não. Reformulando, se fosse um amigo seria o melhor ser humano, agora namorado... já o vejo dizendo "minha filha namorando um grafiteiro de rua??!!!". Ok, preconceito absurdo, concordo. Entretanto também não me vejo assim. Pediu para próxima vez dormir aqui, deixei sem pestanejar, depois terei dúvida, eu tenho certeza.
To: Pedro Campos
Subject: Mandando Notícias
Date: Thu, 3 Mar 2011 01:29:23
Voltava para casa, olhei no relógio e pensei aliviada "Já são 18:10, ele deve ter desistido de ligar lá para casa. Vou terminar de arrumar minhas coisas e cama!". Mas para minha surpresa ao colocar a mão no portão escuto uma voz me chamando do outro lado. Era ele. Me esperando, do outro lado da rua. Atravessou e foi logo me dando um beijo e se convidando para subir. Me vi sem saída, relutei, mas não teve jeito, acabei cedendo...
Como toda primeira vez, foi trôpega, artificial, esquisita mesmo. Mas o depois foi como se tudo fosse corriqueiro, como se cada um de nós fôssemos conhecedores profundos um do outro.
Hoje, nos encontramos novamente, mais uma vez a dúvida se tornou latente e quase disse não. Pensei em desistir, mas não havia como, ele simplesmente não liga o celular, ou desliga por perceber minha indecisão. O interfone tocou e mais uma vez me vi sem saída, respondi ao porteiro "aham pode subir..." ainda indecisa, receosa, atraída e disposta. Fomos ao que interessava sem demais delongas, sem a burocracia de desconhecidos que são ligados pelo desejo. Dessa vez a harmonia foi maior e o que era brasa virou fogueira.
A conversa foi se refinando e passaram a surgir agradáveis mentiras sinceras. Até pedida em casamento eu fui! Ri, mas gostei, mesmo sendo de mentirinha, de saber que alguém me teria ao lado para sempre. No fim das contas aceitei, ri. Obtive como resposta um silêncio. Eu para quebrar a estranha tensão o beijei. Ele achou engraçado meus pais ainda serem casados. Perguntou se meu pai gostaria dele, disse que não sabia. Mentira, a resposta é curta e grossa: não. Reformulando, se fosse um amigo seria o melhor ser humano, agora namorado... já o vejo dizendo "minha filha namorando um grafiteiro de rua??!!!". Ok, preconceito absurdo, concordo. Entretanto também não me vejo assim. Pediu para próxima vez dormir aqui, deixei sem pestanejar, depois terei dúvida, eu tenho certeza.
